historia

Capítulo 1 – Africanos no Brasil: dominação e resistência.

 

1 – De onde eram?
 
Os africanos, contra a sua vontade, começaram a vir para o Brasil com mais intensidade com o avanço das plantações de cana-de-açúcar no nordeste na segunda metade do século XVI.
Esses povos vieram de diversas partes da África com características físicas, culturais, religiosas e línguas diferentes. Grande parte deles vieram da costa oeste do continente africano e de regiões localizadas ao Sul do equador, alguns grupos vieram de Moçambique na costa leste.
Os africanos não eram conhecidos por sua etnia, mas sim pelo nome do porto ou da região onde haviam embarcado. Assim teremos nomes de grupos como os cabinda e os "minas" estes vindos da Costa do Marfim, antigamente conhecida como São Jorge da Mina).
 
2 – Guerra e Escravidão.
 
O tráfico de escravos era um negócio lucrativo com africanos, europeus e brasileiros[1] participando. O comércio de escravos funcionava da seguinte maneira: os traficantes forneciam tabaco, aguardente, pólvora e armas de fogo aos chefes africanos em troca exigiam prisioneiros de guerra; de posse das armas os chefes africanos faziam guerra obtendo prisioneiros; e por fim, esses prisioneiros eram negociados com traficantes que depois os vendiam na América como escravos.
 
 
 
3 – Os africanos e suas culturas.
 
Os africanos trouxeram para cá, não só a sua força de trabalho, mas também a sua cultura, modo de falar, de se comportar, culinária e religião.
Na culinária temos como exemplo o Bobó de Camarão prato à base de camarão e mandioca temperado com pimenta e azeite de dendê, o Vatapá prato que tem como base camarão e peixe, também leva frutas oleaginosas como o amendoim e a castanha além do tradicional azeite de dendê. O quibebe é uma “Espécie de purê elaborado com abóbora do tipo cabotian, normalmente temperado com alho e cebola”[2] o vocábulo provavelmente seria de origem africana do termo quimbundo “Kibebe”, que significa papa de abóbora[3].
O mungunzá é um doce feito de milho branco e coco contendo também canela e cravos, esse prato é utilizado também em rituais tanto da umbanda quanto do candomblé. 

Bobó de camarão.

Mungunzá.

Quibebe

Vatapá
 
Na nossa língua temos algumas palavras de origem africana como, por exemplo:Angu: massa de farinha de trigo ou de mandioca ou arroz.
Batuque: dança com sapateados e palmas.
Banguela: desdentado.
Cafuné: carinho.
Ginga: Movimento corporal na capoeira, na dança e no futebol.
 
No campo da religião temos um problema com as más interpretações principalmente feitas pelos líderes e adeptos do cristianismo. As religiões africanas ou afro-brasileiras são vistas como maléficas e seus adeptos como bruxos que praticam magias para conseguir as coisas, normalmente conhecemos essas religiões pelo nome pejorativo de macumba.  O termo "macumba" também é utilizado, da mesma forma, para designar a oferenda para os Orixás quando o correto é ebó. No entanto, na verdade, esse termo refere-se ao instrumento musical.
 
Temos dois ramos de religiões afro-brasileiras bastante conhecidas o Candomblé e a Umbanda.
O Candomblé, ao contrário do que se pensa, é uma religião que nasceu em solo brasileiro e também é praticada em outros países da América do Sul e Central. Trata-se de uma religião politeísta na qual os Orixás são os deuses, cada um deles tem uma personalidade que influencia os praticantes dessa religião, quando um orixá influência uma pessoa essa é chamada de “filha(o) de Santo”, essa personalidade do orixá pode misturar-se com a de outros o que faz a pessoa tenha características de mais de um orixá.
Os deuses do candomblé também são detentores da tristeza e da felicidade dos seus “filhos”, quando vemos uma oferenda nada mais é do que um pedido feito por um “filho” para o seu orixá. Nessa religião também não comportamentos certos ou errados e nem bons e maus[4].
Já a Umbanda é um pouco diferente, ela possui elementos de diversas culturas que ajudaram a formar o Brasil, possui elementos do espiritismo kardecista, cultos afro-brasileiros, catolicismo, de rituais indígenas e até alguma influência de ideias esotéricas. Essa religião adota em seu culto personagens urbanos e caboclos indígenas também acreditam na reencarnação como os kardecistas e também fazem diferenciação entre o bem e o mal. As entidades umbandistas vêm do catolicismo, ou seja, os santos católicos, sendo São Jorge um dos mais famosos.
 
4 – A travessia.
 
No litoral africano homens, mulheres e crianças embarcavam nos navios negreiros, embarcações pequenas e precárias. As viagens duravam pouco mais que um mês, a água potável era pouca assim como a comida, alguns escravos se arriscavam a tomar água do mar e por isso adoeciam.
Chegando ao Brasil os escravos eram avaliados, examinados e comprados, o preço variava de acordo com sexo e idade. Como eram propriedade de outra pessoa os escravizados podiam ser vendido, alugados ou leiloados.
“No Império, os traficantes eram considerados empresários de sucesso e possuíam um status social elevado, armando embarcações com destino à África, servindo-se de uma rede de fornecedores e agentes comerciais em vários países e empregando muitas pessoas. Até 1831 estiveram entre os homens mais ricos do Império, com ligações estreitas com a Corte e representantes na Câmara de Deputados, além de contar com a conivência da polícia e das autoridades locais. Somente após 1850, com a Lei Euzébio de Queiroz, começaram a ser qualificados como “piratas”, tendo muitas vezes de fugir para o exterior.
 
No entanto, sob a proteção dos latifundiários, que como compradores de escravos jamais foram punidos, foram autorizados a voltar a viver no país já nos anos 1860 e incentivados a aplicar suas fortunas em outros negócios, como a agricultura. De certa forma, portanto, a participação de brasileiros no tráfico negreiro e as benesses que receberam fazem parte de um processo que ajudou a plasmar as elites do país nas entranhas da sociedade escravocrata brasileira”·.

Foto de um navio negreiro.
 
5 – O Trabalho.
 
No Brasil, o trabalho escravo predominou em quase todos os setores econômicos.
Além do setor da produção de açúcar, foi empregado também: na agricultura de abastecimento interno; na criação de gado
nas pequenas manufaturas; no trabalho doméstico; e em toda ordem de ocupações urbanas.
O trabalho de escravo durava entre 12 e 15 horas por dia. O trabalho braçal na agricultura, na carpintaria e de ferreiro era mais comum aos homens, já as mulheres se ocupavam de trabalho domésticos comércio, cuidando de doentes etc. Havia também africanos libertos que conseguiam sua alforria

Capítulo 2 – A marcha da colonização na América portuguesa.

 

Durante o século XVI os portugueses só haviam ocupado a parte litorânea do território que hoje pertence ao Brasil, isso acontecia por causa do difícil acesso ao interior oferecido pelas barreiras naturais e também pela resistência oferecida pelos indígenas.
O avanço só foi possível pelas ações dos soldados, dos bandeirantes, dos jesuítas e dos criadores de gado.
 
1 –A ocupação.
 
  • Soldados – para evitar que piratas europeus como os holandeses, franceses, e ingleses invadissem o litoral brasileiro a União Ibérica enviava soldados para proteger o litoral. Esses soldados ergueram fortes que estão na origem de várias capitais brasileiras.
 
  • Os bandeirantes – No início da colonização o governo português organizou as entradas, expedições oficiais que entravam pelo sertão  para procurar ouro e pedras preciosas. Já as bandeiras eram expedições particulares que saíam de São Paulo com o objetivo de capturar índios e achar ouro e pedras preciosas.
 
"Bartolomeu Bueno da Silva ganhou o codinome de Anhangüera – em tupi guarani significa homem que faz fogo – porque quando estava nas Guianas, então terras brasileiras, procurando ouro e pedras preciosas, foi cercado por vários índios, que o ameaçaram de morte. Para se livrar da situação, ateou fogo em um pouco de álcool, produto desconhecido dos índios, que pensavam tratar-se de água. O bandeirante ameaçou fazer o mesmo em todo o rio. Assustados, os nativos entregaram todo o ouro de que dispunham. Acompanharam-no de volta à Capitania de São Paulo e ainda se dispuseram a ser seu exército. A obra foi concebida em Gênova, na Itália pelo escultor Luiz Brizzolara e inaugurada em 11 de agosto de 1924, nos jardins do Palácio dos Campos Elíseos. Depois de 11 anos foi transferida para a frente do parque Trianon." https://www.monumentos.art.br/monumento/anhanguera 
 
Domingos Jorge Velho, o bandeirante (DETALHE)
Benedito Calixto (Brasil 1853 — 1927). 
 
     São Paulo, a capital bandeirante - o povoado de São Paulo, ao contrário das cidades açucareiras da Região Nordeste, teve um crescimento lento. Os paulistas daquela época pensavam que o enriquecimento poderia vir do sertão. Por isso decidiram organizar expedições chamadas bandeiras. Essas eram formadas normalmente por sertanistas experientes, jovens brancos, alguns mamelucos e índios que serviam de guias.
Existiram três tipos de bandeirismo: caça ao índio, busca de ouro e diamantes e o de contrato.
 
      A caça ao índio – Eram as expedições que invadiam missões para escravizar índios. As principais bandeiras desse tipo foram chefiadas por Raposo Tavares.
 
A Rodovia Raposo Tavares possui a mesma rota do bandeirante.
 
      A busca de ouro e diamantes – Expedições que iam em busca de pedras preciosas e ouro, a principal que depois deu origem a outros caminhos foi guiada por Fernão Dias, quando os bandeirantes encontraram ouro passaram a organizar as monções que eram expedições comerciais feitas de canoa que seguiam pelos leitos dos rios.
 
Fernão Dias Pais Leme, escultura exposta no Museu Paulista.
 
      O sertanismo de contrato – Eram as bandeiras contratadas por grandes donos de terras para combater índios e afrodescendentes que fugiam da escravidão. A mais conhecida foi a que derrotou o Quilombo dos Palmares, em 1694.
 
Resistência Indígena – os índios não aceitavam a dominação portuguesa, eles resistiam por meio de revoltas, suicídio e fugas para o interior. Os indígenas, mesmo com armamento inferior conseguiram vencer duas batalhas importantes Caasapaguaçu, em 1638, e a de M´boboré, em 1641.
 
  • Os jesuítas – As missões eram locais onde os índios trabalhavam e eram iniciados no Catolicismo. Muitos jesuítas combateram a escravidão indígena, em 1680 o Padre Antônio Vieira conseguiu que o rei de Portugal aprovasse o fim da escravidão indígena o que gerou revoltas, principalmente no Estado de Grão Pará e Maranhã. A Revolta de Beckman – foi uma revolta ocorrida no Grão-Pará e Maranhão, liderada por Manuel Beckman, que se iniciou com a lei que pôs fim à escravidão indígena que era mão-de-obra principal do comércio e extração das drogas do sertão. Para não deixar os colonos sem assistência o governo português criou a Companhia de Comércio do Maranhão que tinha como função vender escravos africanos, além de ferramentas e roupas, mas a companhia não cumpriu o acordo e a revolta começou com ataques aos armazéns da companhia e ao colégio dos jesuítas em São Luís, os rebeldes foram reprimidos e Manuel Beckman foi condenado à morte.
  • A Criação de Gado – o gado foi introduzido na Região Nordeste para mover os moedores de cana, mas como pisavam e amassavam a plantação, o gado começou a ser criado em regiões mais afastadas, a resistência dos bovinos ao clima seco também favoreceu a sua entrada para o interior do nordeste. A criação de gado no sul do Brasil começou depois da destruição das missões, os animais que ali eram criados se espalharam pela região e começaram a atrair pessoas que caçavam o gado e usufruíram dos recursos obtidos (couro, carne, etc). Essa exploração levou os portugueses a ocuparem terras até o sul do território que hoje pertence ao Uruguai. O charque (carne seca produzida no sul do Brasil) e os animais serviam à mineração na região Centro-Sul.
 
2 – A formação das fronteiras do Brasil.
 
·        Tratado de Utrecht (1713) – feito entre Portugal e França definiu o Rio Oiapoque a fronteira ao norte do Brasil entre a Guiana Francesa.
 
Fronteira com a Guiana Francesa no Rio Oiapoque.
 
·        Tratado de Madri (1750) – estabeleceu que a Colônia de Sacramento pertencia à Espanha e que a área dos Sete Povos das Missões pertenceria a Portugal.
 
https://araoalves.blogspot.com.br/2012/06/sugestao-de-estudo-complementar-para-o.html
 
 
·        Tratado de Santo Ildefonso (1777) – Os espanhóis ficaram com o território dos Sete Povos das Missões e da Colônia de Sacramento e devolviam a Portugal terras ocupadas do atual Rio Grande do Sul.
 
csm7anoa.pbworks.com
 
·        Tratado de Badajós (1801) – Os portugueses ficaram com o território dos Sete Povos das Missões e a Espanha com a Colônia de Sacramento.
 
Os últimos dois tratados foram necessários por causa da resistência guarani nas terras da Sete Povos das Missões, essa resistência ficou conhecida como Guerra Guaranítica, nesse período ganhou fama o cacique Sepé Tiaraju que liderou os índios na resistência e acabou sendo criada uma imagem mítica sobre sua história.
 
Painel em azulejos de Danúbio Gonçalves  Painel que conta a História do Rio Grande do Sul.

No detalhe do painel acima está o Cacique Sepé Tiaraju.

A Sociedade Mineradora

 
 
 

A corrida do ouro 



     O Brasil passou por sensíveis transformações em função da mineração. A partir da descoberta da mina de ouro por Antônio Rodrigues Arzão, anos seguintes, foram descobertas novas minas de ouro, como as de Vila Rica, hoje Ouro Preto.
     Assim que a notícia da mina de ouro se espalhou, afluíram ao sertão mineiro milhares de pessoas das mais diversas, atraídas pela ideia de enriquecimento fácil.
Imagem de J. M. Rugendas que retrata a mina de ouro.
 

Guerra dos Emboabas 

               

     Nos primeiros anos de mineração, ninguém se preocupava em plantar ou criar. Com isso a região, passou por várias crises de fome. Mas, com o tempo a população começou a plantar roças de milho e feijão e criar porcos e galinhas. E, usando o ouro como moeda, passou a comprar de outras regiões aquilo que necessitavam.
     A Guerra dos Emboabas foi um confronto travado de 1707 a 1709, pelo direito de exploração das recém-descobertas jazidas de ouro, na região das Minas Gerais, no Brasil. O conflito contrapôs, de um lado, os desbravadores vicentinos, grupo formado pelos bandeirantes paulistas, que haviam descoberto a região das minas e que por esta razão reclamavam a exclusividade de explorá-las; e de outro lado um grupo heterogêneo composto de portugueses metropolitanos e migrantes das demais partes do Brasil, sobretudo da Bahia, liderados por Manuel Nunes Viana. Os portugueses calçavam botas altas e por isso foram apelidados pelos paulistas de emboabas, palavra de origem tupi que significa “aves de pés emplumados”. Esse conflito terminou com a vitória dos emboabas. O líder emboaba, o comerciante português Manuel Nunes Viana, ficou aclamado governador, e a capitania do Rio de Janeiro foi separada da se São Paulo e Minas e para melhorar, controlar a população, o Governador fundou vilas nos povoados mais populosos.
 
 
 
 
Guerra dos Emboabas.


 
 
 
Com isso a Guerra dos Emboabas levou a sérias, nos quais:
 
· Regulamentação da distribuição de lavras entre emboabas e paulistas.
 
· Regulamentação da cobrança do quinto.
 
· Cisão da Capitania de São Vicente em Capitania de São Paulo e Minas de Ouro e Capitania do Rio de Janeiro, ligadas diretamente à Coroa em (03 de novembro de 1709).
 
· São Paulo deixa de ser vila, tornando-se cidade
 
· Acabam as guerras na região das minas, com a metrópole assumindo o controle administrativo da região.
 
· A derrota dos paulistas fez com que alguns deles fossem para o oeste onde, anos mais tarde, descobririam novas jazidas de ouro nos atuais estados do Mato Grosso do Sul, Matos e Goiás.
 
· A produção de ouro após o fim da guerra aumenta de tal modo via migração, que Minas Gerais tornam-se a região mais rica do Brasil da época.

 

Controle sobre o ouro


  
 
     Iniciada a mineração, o rei de Portugal criou a Intendência das Minas um órgão encarregado de controlar a exploração do ouro, cobrar impostos e julgar crimes praticados na região. Passada a fase inicial da exploração do ouro, passou-se a investir em novas técnicas de extração.
 

Impostos

 
     A Intendência criou e cobrava pesados impostos: impostos sobre homens livres e escravizados, sobre tecidos, ferramentas, genros agrícolas e, é claro, sobre o ouro. Tendo o mais importante deles foi o quinto Quinto (era um imposto cobrado pela Coroa portuguesa sobre o ouro encontrado em suas colônias; correspondia a 20% do metal extraído e era registrado em "certificados de recolhimento" pelas casas de fundição). A cobrança era feita, sobretudo, nas estradas que ligavam Minas Gerais ao Rio de Janeiro, a São Paulo e à Bahia, sempre policiadas por soldados (dragões do Regimento das Minas).
 
 
Imagem de J. M. Rugendas, onde vê-se a representação de uma lavra,  um tipo de exploração de ouro feitas em grandes jazidas com mão de obra escrava 
 
 
 

Revolta de Vila Rica 

 
 
    O contrabando de ouro aumentava, e o governo português apertava o cerco. Para dificultar o desvio, em 1719 criou as Casas de Fundição, locais onde o ouro era transformado em barras, selado e quitado. Das casas de Fundição, o ouro seguia para a Provedoria da Fazenda Real, de onde era levado para o Rio de Janeiro.
Barra de ouro quitado, 1811
 
 
 

   A criação das casas de fundição aumentou a insatisfação das pessoas, e acabou ocasionando uma revolta em Vila Rica, em 1720. As principais exigências dos rebeldes foram:
 
· A redução do preço dos alimentos;
· A anulação do decreto que criava as casas de fundição.
 
     Liderada por Filipe dos Santos, a revolta contou com a participação de vários integrantes do povo (principalmente pessoas mais pobres e da classe média de Vila Rica). Os revoltosos pegaram em armas e ocuparam alguns pontos de Vila Rica. Após chamar os revoltosos para negociar, o governador ordenou a prisão de todos que participaram da revolta. Para aumentar seu controle sobre a Colônia, o rei separou Minas Gerais de São Paulo, criando em 1720 a capitania de Minas Gerais.

 
 
Representação da morte de Felipe Santos.
 
 

O controle sobre os diamantes 

 
 

 
 
      No Arraial do Tijuco, assim que o rei soube da existência de diamantes, mandou expulsar os antigos moradores do local, dividiu as terras em lotes, separou para si o lote em que havia uma grande mina e leiloou os demais entre os homens brancos da região. Para administrar e policiar a área criou a Intendência dos Diamantes. Em 1739, o rei de Portugal arrendou a extração de diamantes a contratadores – homens que recebiam o direito de explorar as valiosas pedras em troca de uma parte da riqueza. Posteriormente, em 1771, o governo português acusou os contratadores de enriquecimento elícito e reassumiu o controle total sobre os diamantes.
 
 

A sociedade mineradora



     A população de Minas Gerais, em 1776, era composta de 70.169 brancos, 82.000 pardos e 167.000 negros. Observe o gráfico:


 
 
 

Os ricos

 
 
     Na região mineradora, as maiores fortunas pertenciam quase sempre aos grandes comerciantes, e não aos donos de minas. Os tropeiros, homens que comerciavam mulas, cavalos e gado de corte, também conseguiram prosperar, chegando a se destacar na sociedade mineira.     Já entre os donos de minas, foram poucos ao que enriqueceram. O motivo é simples: boa parte do que ganhavam servia ao pagamento de impostos ou eram gastos com a compra de mão de obra e de artigos importados como ferramentas, vinhos, tecidos, trigo, queijos e doces.


As camadas médias


     Em Minas Gerais, no século XVIII, houve um crescimento também das camadas médias: artesãos, profissionais liberais, padres, garimpeiros, donos de vendas e roceiros.

 
Gravura de Charles Landseer retrata tropeiro descansando junto à sua carga.
 
 

Os homens livres pobres

 
 
      Nas capitanias do ouro vivia também um grande numero de homens livres pobres. Eles perambulavam pelos arraiais pedindo esmola e comida, brigando nas vendas ou praticando pequenos furtos; moravam em casebres que dividiam com outros marginalizados ou com mulheres igualmente pobres. No qual serviam para as autoridades para fazer serviços pesados ou perigosos.

 
 
 
 

Os escravizados

 
 
            

    O dia a dia dos escravizados nas regiões mineiras era particularmente difícil. Não realizavam tarefas ligadas à mineração. Também transportavam mercadorias e pessoas, construíam estradas, casas e chafarizes, comerciavam pelas ruas e lavras.

     Como se vê, a sociedade do ouro premiou a poucos e castigou a maioria. Os habitantes da Minas, porem, não se calaram diante da escravidão, da pesada rede de impostos e de outras violências a que foram submetidos. Resistiam a tudo isso desobedecendo em silêncio, promovendo revoltas, desviando ouro e diamantes, reclamando à Justiça, fugindo para a mata e formando quilombos.

Revolução Industrial

 

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 
Ferro e Carvão, de William Bell Scott (1855-60).

Revolução Industrial foi a transição para novos processos de manufatura no período entre 1760 a algum momento entre 1820 e 1840. Esta transformação incluiu a transição de métodos de produção artesanais para a produção por máquinas, a fabricação de novos produtos químicos, novos processos de produção de ferro, maior eficiência da energia da água, o uso crescente da energia a vapor e o desenvolvimento das máquinas-ferramentas, além da substituição da madeira e de outros biocombustíveis pelo carvão. A revolução teve início na Inglaterra e em poucas décadas se espalhou para a Europa Ocidental e os Estados Unidos.

A Revolução Industrial é um divisor de águas na história e quase todos os aspectos da vida cotidiana da época foram influenciados de alguma forma por esse processo. Em particular, a renda média e a população começaram a experimentar um crescimento sustentado sem precedentes históricos. Nas palavras de Robert E. Lucas Jr., ganhador doPrêmio Nobel: "Pela primeira vez na história os padrões de vida das massas de pessoas comuns começaram a se submeter a um crescimento sustentado ... Nada remotamente parecido com este comportamento econômico é mencionado por economistas clássicos, até mesmo como uma possibilidade teórica."1

O início e a duração da Revolução Industrial variam de acordo com diferentes historiadores. Eric Hobsbawm considera que a revolução "explodiu" na Grã-Bretanha na década de 1780 e não foi totalmente percebida até a década de 1830 ou de 1840,2 enquanto T. S. Ashton considera que ela ocorreu aproximadamente entre 1760 e 1830.3 Alguns historiadores do século XX, como John Clapham e Nicholas Crafts, têm argumentado que o processo de mudança econômica e social ocorreu de forma gradual e que o termo "revolução" é equivocado. Este ainda é um assunto que está em debate entre os historiadores.4 5

PIB per capita manteve-se praticamente estável antes da Revolução Industrial e do surgimento da economia capitalista moderna.6 A revolução começou uma era de forte crescimento econômico nas economias capitalistas7 e existe um consenso entre historiadores econômicos de que o início da Revolução Industrial é o evento mais importante na história da humanidade desde a domesticação de animais e a agricultura.8 A Primeira Revolução Industrial evoluiu para a Segunda Revolução Industrial, nos anos de transição entre 1840 e 1870, quando o progresso tecnológico e econômico ganhou força com a adoção crescente de barcos a vapor, navios, ferrovias, fabricação em larga escala de máquinas e o aumento do uso de fábricas que utilizavam a energia a vapor

 

iluminismo

Iluminismo, também conhecido como Século das Luzes1 e como Ilustração2 3 4 5 foi um movimento cultural da eliteintelectual europeia do século XVIII que procurou mobilizar o poder da razão, a fim de reformar a sociedade e o conhecimento herdado da tradição medieval. Promoveu o intercâmbio intelectual e foi contra a intolerância e os abusos da Igreja e do Estado. Originário do período compreendido entre os anos de 1650 e 1700, o Iluminismo foi despertado pelos filósofos Baruch Spinoza(1632-1677), John Locke (1632-1704), Pierre Bayle (1647-1706) e pelo matemático Isaac Newton (1643-1727). Príncipes reinantes, muitas vezes apoiaram e fomentaram figuras do Iluminismo e até mesmo tentaram aplicar as suas ideias ao governo. O Iluminismo floresceu até cerca de 1790-1800, após o qual a ênfase na razão deu lugar ao ênfase do romantismo na emoçãoe um movimento contrailuminista ganhou força.

O centro do Iluminismo foi a França, onde foi baseado nos salões e culminou com a grande Encyclopédie (1751-1772) editada por Denis Diderot (1713-1784) e Jean Le Rond d'Alembert com contribuições de centenas de líderes filosóficos (intelectuais), tais como Voltaire (1694 -1778) e Montesquieu (1689-1755). Cerca de 25.000 cópias do conjunto de 35 volumes foram vendidos, metade deles fora da França. As novas forças intelectuais se espalharam para os centros urbanos em toda a Europa, nomeadamente InglaterraEscócia, os estados alemães, Países BaixosRússiaItáliaÁustria e Espanha, em seguida, saltou oAtlântico em colônias europeias, onde influenciou Benjamin Franklin e Thomas Jefferson, entre muitos outros, e desempenhou um papel importante na Revolução Americana. Os ideais políticos influenciaram a Declaração de Independência dos Estados Unidos, a Carta dos Direitos dos Estados Unidos, a Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão e a Constituição Polaco-Lituana de 3 de maio de 1791.6

Formação dos Estados Unidos da América

A guerra entre a Inglaterra e a França, iniciada em 1754, rapidamente se tornou numa competição pelodomínio do continente americano. Apesar da primeira metade deste conflito ter trazido alguns dissabores àGrã-Bretanha e às suas colónias, o facto é que depois de 1757 a Inglaterra e os seus aliados atingiram aFrança com um duro golpe, no decurso da Guerra dos Sete Anos.
Na América do Norte o conflito entrou numa segunda fase. O exército britânico, apoiado pelos seus aliadoscoloniais, levava a melhor: em 1759, os ingleses e as forças coloniais tomaram o Quebeque. No anoseguinte (1760), conquistaram Montreal, desmoronando assim o poderio francês na América (o CanadáFrancês, ou Acádia). Por outro lado, isolaram o território francês de Luisiana, região em torno do baixoMississipi, desligando-o do Canadá, entretanto submetido. 
O resto deste conflito, travado na Europa, nas Índias Ocidentais, na Índia, na África e noutras regiões,reafirmou a superioridade britânica e conduziu à capitulação da França em 1763.
Pelos termos do tratado de Paris, a França perdia todas as suas possessões no território continental daAmérica do Norte. Toda a região a leste do Mississipi e todas as possessões francesas no território do atualCanadá foram cedidas à Grã-Bretanha. A Espanha, um aliado da França durante a guerra, cedeu a região daFlorida, mas como compensação, foi-lhe garantido o controlo dos territórios franceses a leste do Mississípi.
Esta vitória da coroa britânica sobre a França arrastou consigo um sem número de problemas ao governoinglês: por causa da guerra a dívida pública nacional duplicou e a vasta extensão do território norte-americano suscitava graves questões de segurança e de controlo do império.
Foram então estabelecidas medidas que fortaleciam a Marinha, através do reforço dos Navigation Acts,adotados pelo Parlamento inglês em 1764 e que obrigavam as mercadorias britânicas a seremtransportadas, exclusivamente, em navios de pavilhão inglês. Para obter mais receitas, o Estado britânicolançou em 1765 o Stamp Act, uma determinação legal que obrigava todos os americanos a validar diversosdocumentos, transações e compras através da compra e aplicação de selos emitidos pelo governo real.
O Stamp Act suscitou a indignação e o descontentamento dos colonos americanos, sobretudo nas cidadesdos futuros estados da Virgínia, Nova Iorque e Massachusetts. A quase totalidade dos oficiais responsáveispor fazer cumprir a nova lei foram forçados a renunciar ao seu cargo, e muitos destes selos foramapreendidos e destruídos.
O levantamento da colónia contra este imposto culminou na realização do Congresso Stamp Act, uma dasprimeiras manifestações da unidade política americana. O Parlamento inglês recusou o reconhecimento daadoção, feita pelo Congresso, da petição de direitos, privilégios e penas. O Stamp Act seria abolido em1766. Mas por pouco tempo.
Após uma mudança na liderança do governo britânico, a política que determinava a imposição direta detaxas nas colónias americanas foi retomada em 1767. O Parlamento britânico aprovou um pacote demedidas, os Townshend Acts, que recaíam sobre produtos como o chá, o papel, tinta, e o vidro.
Mais uma vez, as colónias americanas reagiram violentamente a estas medidas decretadas pelo governobritânico. A contestação dos Townshend Acts incluía boicotes aos produtos da metrópole, e uma expressãode condenação intercolonial. Boston, no estado de Massachusetts, desafiou diretamente o governo real. 
Em 1768, as forças coloniais foram reforçadas para dar resposta à crescente contestação. Londres envioupara a América do Norte, mais precisamente para Boston, Massachusetts, dois regimentos de tropas, umamedida que apenas veio intensificar ainda mais a animosidade dos colonos americanos face aos ingleses. A5 de março de 1770, os soldados imperiais entraram em confronto direto com a população ao dispararemcontra uma multidão enraivecida antibritânica. Este episódio do massacre de Boston marcou o primeiroconfronto sangrento deste conflito.
Em 1770, o Parlamento britânico pôs fim a todas as taxas que compunham os Townshend Acts, comexceção da taxa sobre o chá, que foi retida para preservar como um direito de lançar taxas sobre os seussúbditos. Por seu lado, os colonos americanos suspenderam todas as medidas de não importação,excetuando o boicote do chá, mantido para ilustrar a sua objeção relativa à taxação sem representação. Orelacionamento entre a colónia e Inglaterra voltaria à normalidade até 1773, quando o Parlamento inglêstentou salvar a Companhia da Índia Oriental da falência através da garantia do monopólio do chá vendidopara a América.
Esta medida, conhecida como Tea Act, reacendeu o clima de tensão porque os colonos interpretaram estaatitude como uma forma de os induzir à submissão relativa à imposição parlamentar de taxas. Estaimposição fez aumentar o boicote, e em Boston ocasionou mesmo a destruição de cargas de chá vindas deInglaterra (o "Boston Tea Party"), por americanos disfarçados de Índios.
A violenta reação de Boston foi duramente punida pelo Parlamento inglês, que na sequência destesacontecimentos mandou fechar o porto de Boston em 1774 e proibiu a organização de encontros noMassachusetts, entre outras retaliações. A indignação no seio das colónias norte-americanas motivada poresta legislação, popularmente conhecida como as Intolerable Acts, desencadeou a convocação parasetembro desse mesmo ano do 1.º Congresso Continental, de onde saiu o esboço de uma petição dirigidaao rei Jorge III. Foi então decidida a intensificação do boicote ao comércio com a Inglaterra e foramestabelecidos os planos para um novo congresso, que se deveria reunir em maio de 1775, no caso de osingleses recusarem as suas exigências.
O rei recusou categoricamente a petição e considerou este movimento de protesto como uma rebelião.Ainda não haviam passado quatro meses quando rebentou um conflito no Massachusetts, porque ogovernador, o general Thomas Gage, mandou tropas para Concord, localidade onde os rebeldes tinhamguardado armas e munições. A guerra da Independência dos Estados Unidos da América começouverdadeiramente na sequência destes acontecimentos, no dia 19 de abril, quando militares britânicosdispararam contra uma milícia patriota em Lexington.
A 10 de maio de 1775 foi convocado o segundo Congresso Continental, em Filadélfia, que proclamou adeterminação dos colonos em resistirem à agressão britânica através da utilização da força. Para melhor sedefenderem do exército britânico, foi estabelecido um exército continental comandado por GeorgeWashington, um veterano das guerras com os franceses. Foi, entretanto, autorizada a emissão de papelmoeda e paralelamente eram assumidas outras prerrogativas da autoridade executiva sobre as colónias daAmérica britânica.
O Congresso ainda tentou uma solução pacífica para o conflito, todavia, Jorge III limitou-se a ordenar aosseus súbditos que suprimissem a rebelião. Entretanto a guerra continuava e os americanos desferiam golpesprofundos nas forças britânicas em batalhas como a de Bunker Hill, em 1775. Passado um ano, a 2 de julhode 1776, no terceiro Congresso Continental, foi declarada a independência, e no dia 4 desse mês ThomasJefferson publica uma declaração onde justificava esta ação.
A guerra terminou oficialmente com a assinatura do tratado de Paris em 1783, mas os Estados Unidosconfrontavam-se com sérios problemas, como era o caso, por exemplo, do estabelecimento de um governoque unisse os treze estados.
O Congresso Continental governou os estados americanos entre 1776 e 1781. Durante este período assumiualguns poderes executivos, como a constituição de um exército para continuar a luta contra a Inglaterra.Os poderes deste Congresso foram, depois do fim da guerra, codificados e compilados num documentodenominado Artigos da Confederação. Estes artigos foram aprovados pelo Congresso em 1777 e ratificadospor vários estados até 1781.
Os Artigos da Confederação reconheciam o poder soberano dos estados, ou seja, estes tinham a primaziana administração, na justiça e na fixação de taxas. O Congresso era pois um "corpo" onde estavamrepresentados os estados, mas não as pessoas. Era assim um plural executivo mas não uma legislatura.
O Congresso  podia pedir dinheiro emprestado para governar, enquanto que os Estados podiam contribuirou reter fundos como entendessem. Nesta instável situação económica do período pós-independência,estas limitações ao seu poder impediram o Congresso de manter a paz no território e inspirar respeito noexterior.
Um levantamento em Massachusetts, a Shay's rebellion, veio convencer os americanos de que não podiahaver segurança sem um governo central, capaz de exercer a autoridade sobre e dentro dos estados.
A Constituição americana tornou-se lei em 1788, depois de aprovada por nove estados. No final desse ano,eram  doze os estados que haviam ratificado esse documento legal. Rhode Island, por exemplo, ratificou a Constituição em maio de 1790.
A 4 de março de 1789 foi eleito o Primeiro Congresso dos Estados Unidos, de acordo com a novaConstituição. No dia 30 de abril, George Washington, unanimemente eleito o primeiro Presidente dos EstadosUnidos, inaugurava o Congresso em Nova Iorque.

REVOLUCAO FRANSESA

Revolução Francesa (em francêsRévolution Française, 1789-1799) foi um período de intensa agitação política e social na França, que teve um impacto duradouro na história do país e, mais amplamente, em todo o continente europeu. A monarquia absolutista que tinha governado a nação durante séculos entrou em colapso em apenas três anos. A sociedade francesa passou por uma transformação épica, quando privilégios feudaisaristocráticos e religiosos evaporaram-se sob um ataque sustentado de grupos políticos radicais de esquerda, das massas nas ruas e de camponeses na região rural do país.1 Antigos ideais da tradição e da hierarquia de monarcas, aristocratas e da Igreja Católica foram abruptamente derrubados pelos novos princípios de Liberté, Égalité, Fraternité (em portuguêsliberdade, igualdade e fraternidade). As casas reais da Europa ficaram aterrorizadas com a revolução e iniciaram um movimento contrário que até 1814 tinha restaurado a antiga monarquia, mas muitas reformas importantes tornaram-se permanentes. O mesmo aconteceu com os antagonismos entre os partidários e inimigos da revolução, que lutaram politicamente ao longo dos próximos dois séculos.

Em meio a uma crise fiscal, o povo francês estava cada vez mais irritado com a incompetência do rei Luís XVI e com a indiferença contínua e a decadência da aristocracia do país. Esse ressentimento, aliado aos cada vez mais populares ideais iluministas, alimentaram sentimentos radicais e a revolução começou em 1789, com a convocação dos Estados Gerais em maio. O primeiro ano da revolução foi marcado pela proclamação, por membros do Terceiro Estado, doJuramento do Jogo da Péla em junho, pela Tomada da Bastilha em julho, pela aprovação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão em agosto e por uma épica marcha sobre Versalhes, que obrigou a corte real a voltar para Parisem outubro. Os anos seguintes foram dominados por lutas entre várias assembleias liberais e de direita feitas por apoiantes da monarquia no sentido de travar grandes reformas no país.

Primeira República Francesa foi proclamada em setembro de 1792 e o rei Luís XVI foi executado no ano seguinte. As ameaças externas moldaram o curso da revolução. As guerras revolucionárias francesas começaram em 1792 e, finalmente, apresentaram espetaculares vitórias que facilitaram a conquista da Península Itálica, dos Países Baixos e da maioria dos territórios a oeste do Reno pela França, feitos que os governos franceses anteriores nunca conseguiram realizar ao longo de séculos. Internamente, os sentimentos populares radicalizaram a revolução significativamente, culminando com a ascensão de Maximilien Robespierre, dos jacobinos e de uma ditadura virtual imposta pelo Comitê de Salvação Pública, que estabeleceu o chamado Reino de Terror entre 1793 e 1794, período no qual entre 16 mil e 40 mil pessoas foram mortas.2 Após a queda dos jacobinos e a execução de Robespierre, o Diretório assumiu o controle do Estado francês em 1795 e manteve o poder até 1799, quando foi substituído pelo Consulado em 1799, sob o comando de Napoleão Bonaparte.

era moderna tem se desdobrado na sombra dos ideais conquistados pela Revolução Francesa. O crescimento dasrepúblicas e das democracias liberais ao redor do mundo, a difusão do secularismo, o desenvolvimento das ideologiasmodernas e a invenção da guerra total3 tiveram o seu nascimento durante a revolução. Eventos subsequentes que podem ser rastreados com a revolução incluem as Guerras Napoleônicas, duas restaurações separadas da monarquia (a primeira em 1814 e a segunda, aRestauração Bourbon, em 1815), e duas revoluções adicionais (1830 e 1848) ajudaram a moldar a França moderna

 
 

Era Napoleônica

 

 

Era Napoleônica

* Napoleão Bonaparte 

Napoleão Bonaparte nasceu em Ajaccio, Córsega em 1769. Foi tenente da artilharia do exército francês aos 19 anos e general aos 27 anos, saindo vitorioso em várias batalhas na Itália e na Áustria. 
Foi um dos chamados "monarcas iluminados", que aderiram ao movimento filosófico chamado Iluminismo.

Napoleão Bonaparte esteve no poder da França durante 15 anos e nesse tempo conquistou grande parte da Europa.. Para os biógrafos, seu sucesso se deu devido a sua grande capacidade como estrategista, seu espírito de liderança e ao seu talento para empolgar os soldados com promessas de riqueza e glória após vencidas as batalhas. 

Era Napoleônica 

Os processos revolucionários provocaram certa tensão na França, de um lado estava a burguesia insatisfeita com os jacobinos, formados por monarquistas e revolucionários radicais, e do outro lado as monarquias européias, que temiam que os ideais revolucionários franceses se propagassem por seus reinos.

Foi derrubado na França, sob o comando de Napoleão, o governo do Diretório. Junto com a burguesia, Napoleão estableceu o consulado, primeira fase do seu governo. Este golpe ficou conhecido como 'Golpe 18 de Brumário' em 1799. O Golpe 18 de Brumário, marca o início de um novo período na história francesa, e conseqüentemente, da Europa: a Era Napoleônica.


Seu governo pode ser dividido em três partes: 
Consulado (1799-1804) 
Império (1804-1814) 
Governo dos Cem Dias (1815) 

Consulado

O governo do consulado foi instalado depois da queda do Diretório. O consulado possuía caráter republicano e militar. No poder Executivo, três pessoas eram responsáveis: dois cônsules e o próprio Napoleão. Apesar da presença de outros dois cônsules, quem mais dispunha de influência e poder era o próprio Napoleão, que foi eleito primeiro-cônsul da República.

No consulado, a burguesia detinha o poder e assim, foi consolidada com o grupo central da França. A forte censura à imprensa, a ação violenta dos órgãos policiais e o desmanche da oposição ao governo colocaram em questão os ideais de “liberdade, igualdade e fraternidade” características da Revolução Francesa.

Entre os feitos de Napoleão (na época), podemos citar: 
Economia – Criação do Banco da França, em 1800, controlando a emissão de moeda e a inflação; criação de tarifas protecionistas, fortalecendo a economia nacional. 
Religião – Elaboração da Concordata entre a Igreja Católica e o Estado, o qual dava o direito do governo francês de confiscar as propriedades da Igreja, e em troca, o governo teria de amparar o clero. 
Direito – Criação do Código Napoleônico, representando em grande parte os interesses dos burgueses, como casamento civil (separado do religioso), respeito à propriedade privada, direito à liberdade individual e igualdade de todos perante à lei, etc. 
Educação – Reorganização e prioridades para a educação e formação do cidadão francês. 

Os resultados obtidos neste período do governo de Napoleão agradaram à elite francesa. Com o apoio destas, Napoleão foi elevado ao nível de cônsul vitalício, em 1802. 

Império

Em plebiscito realizado em 1804, a nova fase da era napoleônica foi aprovada com quase 60% dos votos, e o regime monárquico foi reestabelecido na França, Napoleão foi indicado para ocupar o trono.
Nesse período, podemos destacar o grande número de batalhas de Napoleão para a conquista de novos territórios para a França. O exército francês tornou-se o mais poderoso de toda a Europa.

O principal e mais poderoso inimigo francês, na época, era a Inglaterra. Os ingleses se opunham a expansão francesa, e vendo a força do exército francês, formaram alianças com Áustria, Rússia e Prússia. 
Embora o governo francês dispusesse do melhor exército da Europa, a Inglaterra era a maior potência naval da época, o que dificultou a derrota dos ingleses. Em virtude disso, Napoleão Bonaparte pensou em outra forma de derrotar os ingleses economicamente. Ele estabeleceu o Bloqueio Continental, que determinava que todos os países europeus deveriam fechar seus portos para o comércio com a Inglaterra, enfraquecendo assim, as exportações do país e causando uma crise industrial.

A Inglaterra na época, era o maior parceiro comercial de Portugal. Portugal vendia produtos agrícolas e a Inglaterra, produtos manufaturados. Vendo que não poderia parar de negociar com os ingleses, e temendo a invasão dos franceses, D.João VI junto com sua família e os nobres portugueses fugiram para o Brasil, transferindo quase todo o aparelho estatal para a colônia.

A Rússia também descumpriu o Bloqueio Continental e comercializou com a Inglaterra. Napoleão e seus homem marcharam contra a Rússia, mas foram praticamente vencidos pelo imenso território russo e principalmente, pelo rigoroso inverno. Além disso haviam conspirações de um golpe na França, o que fez Napoleão voltar rapidamente para controlar a situação. 
Após esses fatos temos a luta da coligação européia contra a França. Com a capitulação de Paris, o imperador foi obrigado a abdicar. 

Governo dos Cem Dias 

Com a derrota para as forças da coligação européia, Napoleão foi exilado na Ilha de Elba, no Tratado de Fontainebleau, porém fogiu no ano seguinte. Com um exército, entrou na França e reconquistou o poder. Passou a atacar a Bélgica, mas foi derrotado pela segunda vez na Batalha de Waterloo. Assim, Napoleão foi preso e exilado pela segunda vez, porém para a Ilha de Santa Helena, em 1815. Napoleão morreu em 1821 não se sabe, na verdade, o motivo mas supeita-se de envenenamento.